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Foto do escritorEquipe 7Delucca

Proximidade com o líder aumenta confiança e engajamento dos funcionários!


Chefes autoritários e rígidos, que somente distribuem ordens, estão com os dias contados. Em seu lugar, entram em cena líderes mais humanos e próximos de seus colaboradores. É o que mostra a pesquisa FIA Employee Experience (FEEx), que mapeou, ao longo de 2021, como 181.551 funcionários de 290 empresas observam a liderança e o clima organizacional.

De acordo com as respostas, os gestores percebidos como educadores e inspiradores, que são mais confiáveis em sua fala e contribuem ativamente no aprendizado de sua equipe, foram mais mencionados do que no período anterior da pesquisa (2020): as menções cresceram 9% e 6%, respectivamente.

A notícia é animadora, já que esse novo perfil de liderança tem mais potencial para engajar equipes com foco no crescimento do negócio e para desenvolver a carreira dos colaboradores.

"Quando tenho proximidade com meu líder, confio nele e me abro mais para os desafios que ele me lança, para o feedback que ele me dá e para as falas dele, que sinalizam o caminho a seguir", explica Mariana Bittar, gerente de pessoas do Instituto Sabin, que aposta nessa forma de gestão. "Isso é importante e estratégico: durante a pandemia, fez com que não perdêssemos engajamento e que o negócio continuasse a ser alavancado."

"A proximidade com o líder fortalece a confiança dos colaboradores e eles se sentem mais seguros para executar o trabalho", completa o CEO da Zatom Confecções, Cleiton Rossi, que faz questão de se manter acessível e presente no cotidiano da empresa. "Além da responsabilidade de gerir o negócio, sempre tivemos muito enraizado que o gestor entende todas as partes do processo e está na linha de produção para dar suporte em qualquer área, desde colocar linha na máquina a vender um produto.”

Outra empresa que acredita nesse novo perfil de líder é o Zé Delivery, maior serviço de entregas de bebidas da América Latina. Na empresa, autonomia e responsabilidade são valores fundamentais, e a ideia é que o gestor atue como um mentor, organizando e harmonizando o dia a dia para que o funcionário tome boas decisões e identifique como melhorar. "Não acreditamos no antigo modelo de comando e controle", diz Nara Zarino, head de people experience. "Trabalhamos a liderança para dar feedback de forma contínua com uma comunicação assertiva e transparente.”

No Zé Delivery, os líderes são incentivados a conversar no mínimo uma vez por semana com cada liderado direto. O foco do bate-papo não é o negócio, mas entender o contexto da pessoa e como ela se sente. Além disso, é realizada semanalmente uma pesquisa de engajamento.


Além do horário comercial

Funcionários que responderam à FEEx relataram ainda que podem contar com a liderança inclusive para lidar com assuntos pessoais. Isso não surpreende, especialmente durante a pandemia de Covid-19, quando vida pessoal e profissional se entrelaçaram. "Para ter um olhar cuidadoso com meu time, preciso entender a realidade e as necessidades de cada um", acredita Mariana Bittar. "Os sonhos são diferentes, os problemas familiares são diferentes, e eu, como líder, tenho que acolher o colaborador em sua totalidade, não só no âmbito profissional." Afinal, esse aspecto tem impacto direto no engajamento e na produtividade.

Isso não significa, no entanto, intromissão na intimidade do colaborador. É ele que deve dar o tom e decidir até onde o chefe pode acessar. Ao líder, cabe entender e respeitar esse limite. "Se o pedido de ajuda não for direto, não podemos interferir, mas muitas vezes podemos oferecer ferramentas, cursos e eventos relacionados para a pessoa despertar e enxergar suas opções", diz Cleiton Rossi.


Modelo antigo

Outra novidade positiva revelada pela pesquisa FEEx é que chefes com estilo bloqueador foram menos citados - uma queda de 21% em relação aos dados de 2020. E são justamente eles que mais afetam negativamente a experiência dos colaboradores e impedem a retenção de talentos por parte da empresa.

"A liderança coercitiva tem um impacto grande na queda de engajamento, já que as pessoas não costumam seguir um líder com esse perfil por muito tempo e só permanecem em uma empresa assim se não tiverem outra opção", confirma Mariana Bittar. De acordo com a gestora de pessoas, esse cenário prejudica o trabalho em equipe, a produtividade, a qualidade do serviço e, principalmente, inovações capazes de alavancar o negócio. "O autoritarismo restringe e relaciona o aprendizado a seguir normas", completa Nara Zarino.

"O mercado de trabalho está repensando isso e, para atender todos os públicos que precisamos, buscamos seres pensantes e questionadores, com repertórios diferentes para nos provocar a sermos uma empresa melhor.”

O efeito negativo do chefe bloqueador vai além da empresa onde ele trabalha. "O estilo é tão enraizado na cultura de trabalho em geral que, muitas vezes, os funcionários entram 'encolhidos' nas reuniões, por medo e insegurança, mesmo em uma empresa aberta e horizontal como a nossa", diz Cleiton Rossi. "Precisamos quebrar esse paradigma e deixar as pessoas à vontade para se expressar, já que a opinião delas enriquece o negócio. Felizmente, vejo que as novas gerações não querem esse tipo gestão, mas, sim, fazer parte do processo e evoluir junto com a empresa.”


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